quarta-feira, 7 de agosto de 2019

UMA BREVE HISTÓRIA DA CIDADE DE MORRINHOS-GO: DE SUA ORIGEM AO SEU ESPLENDOR




A ocupação da região sul de Goiás aconteceu ao mesmo tempo que a ocupação do Triângulo Mineiro, que até 1816 fazia parte do território da província de Goiás. A maior fase de ocupação do Triângulo Mineiro se deu no inicio do século XIX, quando o governador da Província de Goiás, Marquês de São João da Palma, em 1809, quando ele organizou bandeiras de exploração e reconhecimento do lugar. A ocupação da região sul de Goiás aconteceu  quando ainda não havia legislação fundiária, o que incentivou a migração para o sertão.

Figura 1 - A INTERIORIZAÇÃO E A MARCHA DO POVOAMENTO NO SÉCULO XVIII


Fonte: PETRONE, P., 1970. p.134.

Por se tratar de uma região, de certa forma, rota de passagem e de incursões de bandeiras que adentravam o interior do Brasil, conforme se pode notar na Figura 1, não seria possível determinar como, convencionalmente é relatado por memorialistas da história local, o pioneirismo da ocupação e povoamento do município, exclusivamente, da família dos Correa Bueno, mas, também de várias outras famílias como os Martins Veiga, Martins Assunção, Rosa do Carmo, Gonzaga de Meneses, Coelho de Siqueira, Sousa Rosa, Luís Guimarães, Rodrigues Paiva, Antônio de Barros, Mendes Moreira, Barbosa Amorim, Araújo Moreira, Pereira Vargas, Mattos e Parreira e outras dezenas de famílias anônimas de pardos e negros livres que aqui se estabeleceram na perspectiva de construir uma nova vida através do acesso livre à terra. E que, de certa forma, ajudaram a fundar e a construir as cidades de Piracanjuba, Morrinhos, Itumbiara, Caldas Novas e Buriti Alegre. Conforme informação dos registros de casamentos realizadas na Capela de Nossa Senhora do Carmo de 1836 a 1852 sabe-se que essas primeiras famílias de entrantes era em sua maioria de Minas Gerais e originários das localidades de São Francisco das Chagas, Sacramento, Piuhuim, Bagagem, Passos, Brejo Alegre, Campos Belos, Dores de Uberaba, varginha, Formiga, Pitangui, Campanha,  Tamanduá e Araxá.
Como nas demais regiões do Brasil, os primeiros habitantes de Morrinhos, em sua maioria absoluta eram analfabeta e muitos que se diziam alfabetizados mal sabiam desenhar o nome de rol de assinaturas dos inventários post-mortem. O analfabetismo ainda era maior entre as viúvas, informação que não era nenhuma novidade em um contexto histórico de uma sociedade agrária em que uma escola de primeiras letras mais próxima podia-se encontrar a dezenas de quilômetros de suas residências em um tempo que o cavalo e a mula eram os principais e mais rápidos meios de transportes utilizados.
Os dados revelam que o acesso à educação de primeiras letras era privilégio de poucos, mesmo entre os mais ricos o analfabetismo era muito grande e mais acentuado entre mulheres, negros, pardos e pobres. Durante o período colonial eram pouquíssimas as mulheres que tinham o acesso à educação formal, somente a partir de 1830 que começaram a surgir as primeiras cadeiras de ensino elementar para meninas em Goiás. Situação que não melhorou após a independência do Brasil em 1822, segundo os resultados censitários, já para o final do século XIX, em 1872, 79,7% dos habitantes do sul de Goiás era de analfabetos, índice que se elevou em 1890, para 88,5%.
Essa população que passou a ocupar o sul de Goiás teve que migrar de Minas Gerais e de São Paulo para outras localidades em busca de terras devolutas para apascentar que se encontravam nos longínquos sertões de Goiás e Mato Grosso.  Foram empurradas para essas regiões interioranas para continuar a dedicar-se a atividades econômicas centradas na agricultura e pecuária extensiva voltada, quase que exclusivamente, para o consumo e abastecimento familiar. Foi a crise da produção aurífera, em um primeiro momento, que instigou esse fluxo migratório para o Oeste Paulista, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás.

Figura 2 - A REGIÃO SUL DE GOIÁS ENTRE, 1822 - 1910



FONTE: Relatório final do zoneamento ecológico e econômico da região de Meia Ponte. Estudos básicos. Vol I. Estado de Goiás Secretaria do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Habitação. Superintendência de Gestão e Proteção Ambiental. Metais De Goiás S/A – Metago: Goiânia, 1999. p.182
(* )  Data da fundação do povoado
( ** )  Data da emancipação do município


Conforme documentação histórica encontrada em arquivos administrativos, cartoriais e paroquiais pesquisados pela historiografia local a ocupação da região sul de Goiás no qual a cidade de Morrinhos encontrava-se inserida teve início nos fins do século XVIII e início do século XIX. A constituição do pequeno povoado que futuramente veio a ser Vila Bela (1871) e, posteriormente, Morrinhos (1882) deve ter se iniciado na década de 1820
Mas precisamente, na década de 1830, já havia um pequeno arraial com poucas casas em que foi edificada uma pequena capela construída em homenagem à Nossa Senhora do Carmo dos Morrinhos, cujas atividades religiosas tiveram início em 1836 quando se tem o registro do primeiro casamento que foi realizado em 11 de abril e teve como noivos Francisco de Paula Abreu e Maria Teodora de Jesus (BARBOSA, 2017).
Naquele tempo era comum, depois de alguns anos ou algumas décadas, os fazendeiros de determinada localidade se reunirem e fazerem doações de terras para  ao patrimônio de um santo ou santa, onde seria construído a igreja ou capela em cujas proximidades  acabava surgindo um pequeno arraial que, ser tornava um povoado, depois, freguesia e vila e, por fim, cidade com a emancipação política. Quando o capitão Gaspar Martins da Veiga juntamente com sua esposa Joaquina Maria de Jesus, doaram as terras para a constituição do patrimônio de Nossa Senhora do Carmo  – cerca de 600 alqueires –  por escritura pública de cartório em 26 de março de 1845, o arraial de Nossa Senhora do Carmo dos Morrinhos já estava constituído a algum tempo, mas, a constituição das terras do patrimônio era uma pré-condição para a elevação de um arraial à condição de Freguesia. Com isso, o pequeno arraial passou a ser denominado de Freguesia de Nossa Senhora do Carmo dos Morrinhos. O terreno doado naquela ocasião compreende as terras que atualmente abrange a área urbana da cidade de Morrinhos-GO.
Os arraiais que se tornaram vilas e, posteriormente, cidades originaram-se, em sua grande maioria, de patrimônios religiosos, em que um ou mais proprietários de terras, doavam terras ao santo de sua devoção, por meio de documento público onde o beneficiário era a autoridade eclesiástica. O doador fixava desta forma, as bases estruturais do futuro aglomerado procurando atrair moradores para o local. Os que estabelecem no chão doado ao santo padroeiro pagavam foros à diocese e, os que fixavam nas redondezas tornavam-se arrendatários ou proprietários de lotes de terras ocupados.[1] Essa prática de doar uma pequena parcela de terra à uma paróquia ou a uma comarca das vizinhanças, era também, uma das formas dos grandes proprietários legitimarem suas posses e valorizar suas propriedades, “de modo a envolver as autoridades locais e a garantir seu apoio, em caso de litígio.”[1]
Os arraiais que se tornaram vilas e, posteriormente, cidades originaram-se, em sua grande maioria, de patrimônios religiosos, em que um ou mais proprietários de terras, doavam terras ao santo de sua devoção, por meio de documento público onde o beneficiário era a autoridade eclesiástica. O doador fixava desta forma, as bases estruturais do futuro aglomerado procurando atrair moradores para o local. Os que estabelecem no chão doado ao santo padroeiro pagavam foros à diocese e, os que fixavam nas redondezas tornavam-se arrendatários ou proprietários de lotes de terras ocupados..[1] Essa prática de doar uma pequena parcela de terra à uma paróquia ou a uma comarca das vizinhanças,era também, uma das formas dos grandes proprietários legitimarem suas posses e valorizar suas propriedades, “de modo a envolver as autoridades locais e a garantir seu apoio, em caso de litígio.”[2]



[1] SILVA, 2004 p.42



[2] AZEVEDO, Aroldo de.  Habitat. In. AZEVEDO, Aroldo de. (org.) Brasil: a terra e o homem. Vol.II – A vida humana. Cia. Editora Nacional: São Paulo, 1970. p.245.


Com a Resolução n.º 2 de 15 de novembro 25 de novembro de 1855, a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo dos Morrinhos foi elevado à  condição de Vila Bela do Paranaíba. Condição revogada em 1859 e restabelecida somente em 1871, pela Lei n.63 de 19 de novembro de 1871, em que passou a denominar-se Vila Bela de Morrinhos. Por fim, em 29 de agosto de 1882, foi elevado à categoria de cidade com a denominação de Morrinhos, que passou a ser conhecida em princípios do século XX de cidade dos pomares.
A emancipação política de Morrinhos ocorreu coincidentemente no momento que intenso fluxo migratório para a região sul de Goiás, por conta da construção da construção da estrada de sul que foi iniciativa ainda na década de 1850, a partir do apelo da população regional e, especialmente, dos comerciantes de Uberaba, implementaram-se obras de construção de pontes, uma balsa no Porto de Santa Rita do Paranaíba (hoje Itumbiara), construção e melhorias no traçado da estrada o que possibilitou um trafego como maior segurança e comodidade, por um caminho que representava a economia de 60 léguas na viagem a São Paulo e Rio de Janeiro, em relação ao antigo caminho do Anhanguera que cortava o sudeste de Goiás onde, posteriormente, a partir de 1909 construiu-se os trilhos da Estrada de Ferro Goiás. Houve o crescimento expressivo do fluxo migratório para a região sul de Goiás que se consolidou com a mais importante do Estado até meados do século XX, que tinha a cidade de Morrinhos como a cidade mais importante da região, constituindo-se, um dos principais centros econômicos e de decisão política do Estado de Goiás.[2]
Segundo Borges Sampaio (1971) a estrada do sul ou de São Paulo foi um empreendimento idealizado pelo Padre Hermógenes nos primeiros anos do século XIX, quando então solicitou do governo da Capitania de Goiás e concessão de favores para abrir estrada mais curta e segura entre Uberaba e aquela capital. Porém, somente foi aberta pelo major Eustáquio, auxiliado por Pedro Gonçalves, mediante o auxílio de mil cruzados pagos pelo governo metropolitano.


Figura 3 – A ESTRADA DO SUL OU DE SÃO PAULO, CONFORME INTINERÁRIO DE J.A. LEITE DE MORAIS – 1881.
Fonte: LEITE MORAES, J. 1995.p.33

Somente a partir de fins de 1880 que este caminho passou a ser o preferido pelos viajantes por se encontrar mais densamente povoado e por haver maiores facilidades de auxílio e segurança, e principalmente, por ser o caminho mais curto e transitável e “foi também por ela que a expedição do coronel Cunha Matos foi colocando os postes que levaram os fios telegráficos a Goiás”(SAMAPIO, 1971, p. 184)
Devido a intensificação do movimento pela estrada do sul que se tornou o principal caminho para Goiás até a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Goiás (1909), houve um aumento do fluxo migratório, econômico e comercial para as regiões sul e sudoeste de Goiás. Segundo França (1975, p. 89) entre os anos de 1870 e 1900 ocorreu significativo aumento populacional na região sul, marcado pela intensificação da migração, procedente de São Paulo, sobretudo, de Minas Gerais. Os municípios que tiveram maiores índices de crescimento demográfico entre os anos de 1872 a 1900 foram: “Morrinhos (207,3%), Pouso Alto (atual Piracanjuba) (201,6%), Curralinho (atual Itaberaí) (85,1%), Rio Verde com (72,4%), Entre Rios (atual Ipameri) (66,2%), Jataí (62,5%) e Jaraguá (53,3%)”.
Na região sul, Morrinhos tornou-se importante ponto de ligação entre Goiás e Minas Gerais, diferentemente do Sudoeste goiano, os recém-chegados não vivenciaram o isolamento, e acabavam integrando-se a uma sociedade já constituída, ampliando-a geográfica, social e economicamente.
Desta forma, a partir dos inventários post-mortem, desenvolvido por Hamilton A. Oliveira (2006) foi possível identificar algumas famílias pioneiras, que ocuparam a região sul de Goiás na primeira metade do século XIX distribuídas em suas respectivas propriedades e domicílios conforme se apresenta na Tabela 1.


Divididas as terras entre os familiares e agregados – que poderiam ser parentes ou não –  o preparo da terra para o cultivo e pastagem requeria um esforço conjunto de todos os componentes do núcleo familiar extenso, pois na época todo o trabalho era feito com o uso dos braços, tendo apenas como instrumentos básicos de trabalho a enxada, o machado e a foice e o fogo, não utilizava-se de nenhuma adubação química ou qualquer “defensivo” agrícola, a produção, produtividade era determinado pela qualidade do solo e o ritmo de trabalho acompanhava as estações do ano. O tempo e a vida seguia o ritmo da cavalgada dos cavalos e burros e o ranger dos carros de bois, que somente começaram a ser utilizados no transporte de mercadorias com mais intensidade, em Goiás, na segunda metade do século XIX com a interiorização das ferrovias.
Era no campo, ou melhor, no mundo rural, que a maioria das pessoas vivia e trabalhavam e, de certa forma, era autossustentáveis por depender muito pouco mercado externo que ficava nas pequenas vilas e cidades que eram abastecidas pelo pequeno e diverso excedente produzido nos principais estabelecimentos rurais. Nos mercados das vilas comprava-se muito pouca coisa, às vezes um vinho ou bacalhau para determinadas ocasiões especiais e festivas, o sal que era um produto raro e muito caro, alguns tecidos finos e aviamentos para fabricação de alguns ternos de roupas de ocasião, louças, vidros, ferro, aço, ferragens, pólvora, chumbo, ferramentas, escravos e bestas.
Em Morrinhos, por exemplo, na década de 1880, conforme dados de notas promissórias de cobranças apresentadas nos inventários post-mortem, analisados por Hamilton A. Oliveira (2006) havia somente cinco estabelecimentos comerciais: Casa Bom Gosto de João Gualberto Teixeira; Hermenegildo, Nunes & Cia.; José Luiz de Medeiros; Francisco Soares Pinheiro; e Eliézer Severino de Oliveira & Cia. Tratavam-se de pequenos estabelecimentos que vendiam de tudo um pouco: sortimentos de fazendas, ferragens, armarinhos, roupas chapéus, calçados, louças, molhados, sal, café, ferramentas, etc., também, alguns medicamentos á base de plantas, raízes e manipulados.
O espaço urbano da cidade de Morrinhos naquele tempo era bem diminuto, provavelmente, não ultrapassava a 500 casas. A movimentação na cidade ocorria aos finais de semana, sobretudo, nas ocasiões de festividades religiosas que aconteciam no largo da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo, especialmente, nos meses de julho com a festa da padroeira que, em 1945, passou a ser denominada de Festa do Centenário que reunia pessoas do município e cidades vizinhas.
Entre 1920 e 1930 Morrinhos já era uma das principais cidades de Goiás.  Em seu livro “Morrinhos ao som da lira”, Bruno Vieira fala sobre como a cidade cresceu depois da passagem de Leite de Morais em 1881. Em seu livro ele fala sobre como a cidade se estendia um pouco acima da rua do comércio, atual Barão do Rio Branco. Em 1920 a cidade já tinha 3186 casas ocupadas e apenas duas sem moradores, a cidade tinha o 5º maior rebanho de Goiás e tinha a 3º maior produção agrícola, nessa época a cidade também era a 3º maior de Goiás, com 24.502 habitantes. Mesmo com todo este crescimento, o campo era onde concentrava a maioria das pessoas. Por conta da falta de médicos e remédios farmacêuticos de difícil acesso os morrinhenses buscavam na medicina popular e no trabalho de curandeiros, parteiras e benzedores o alívio e a cura de suas enfermidades.
A partir da década de 1930 a cidade de Morrinhos começou a passar por grandes transformações no espaço urbano, especialmente, com as grandes obras de construções realizadas por Maria Amabini de Moraes, viúva do senador Hermenegildo Lopes de Moraes, conhecida popularmente como D. Fiica, que construiu dois grandes colégios na cidade: o Ginásio Senador Hermenegildo de Morais (para meninos) e o Colégio Maria Amabini de Moraes (para meninas). Ela também fundou uma Casa de Misericórdia, mas não chegou a funcionar. Além disso, vendeu centenas de alqueires de terras a preços acessíveis a pequenos lavradores e construiu o Cine-Teatro Hollywood, conforme noticiado no Jornal Folha de Goyaz, em 14 de janeiro de 1945,  previa acomodação para 1000 pessoas e foi inaugurado em 26 de março de 1949 e foi considerado por muito tempo um dos melhores cinemas do interior de Goiás. Por quatro décadas (1949-1989) foi um dos principais espaços de lazer e entretenimento da cidade de Morrinhos onde se fazia além da projeção de filmes de longa metragem em sua telona, peças teatrais e shows artísticos.
Morrinhos na década de 1950 já não era mais a pequena vila de casas rústicas e esparsas e de aparência deprimente, conforme relatos de memorialistas e viajantes que outrora aqui viveram e que passaram pela cidade. Ao longo do século XX a área urbana passou por grandes transformações, influenciadas pelas notícias e novidades apresentadas pela construção de Goiânia a moderna e nova capital de Goiás, Morrinhos foi modificando a sua paisagem urbanística, a começar pela construção da nova Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo na década de 1930, modificações das fachadas de antigos casarões coloniais ou a sua destruição e construção de residências com estilo moderno de alvenaria: tijolos, telhas francesas, alpendres e fachadas, muitas vezes, seguindo o estilo Art´Deco a exemplo na nova capital que nascia com uma missão civilizatória conforme preconizavam seus idealizadores, especialmente, Pedro Ludovico Teixeira.
Morrinhos possuíam uma população, conforme o Recenseamento de 1950, de 20,8 mil habitantes, destes 1.600 viviam na área urbana (área central da cidade) e pouco mais de 3 mil já - sofrendo os efeitos da migração do campo para a cidade – já estavam ocupando a área suburbana da cidade (bairros periféricos da cidade: Noroeste  - conhecido na época como o Açude -, o Morro da Saudade, São Francisco de Assis – que era conhecido popularmente como o “Cata Osso”- e JK) e mais de 8 mil pessoas ainda continuavam vivendo e trabalhado na zona rural. Cerca de aproximadamente 60% da população de Morrinhos declararam não saber ler e escrever.
A rua Barão do Rio Branco já não era mais a rua do “Bacobré, do Pega Fogo ou da Batucada”, mas o principal centro da vida social, cultural e comercial de Morrinhos, com destaque, além das diversas casas comerciais, o Cine Teatro Hollywood, o Bar Presidente e o Jóquei Club de Morrinhos. Mas, a Festa do Centenário realizada no mês de julho na data de comemorações da festa da padroeira de Nossa Senhora do Carmo de Morrinhos no mês julho – realizada no campo de futebol atualmente está a Praça da Rodoviária -  continuava sendo o principal evento de gala frequentado pela elite morrinhense. A área urbana já se estendia para as proximidades do Cemitério São Miguel e do recém-inaugurado Estágio João Vilela (em 1956), que sempre aos finais de semana recebiam jogos do América Futebol Club do campeonato goiano ou partidas disputadas com times locais e regionais que a população morrinhense acompanhava com muito gosto.

**Texto produzido e adaptado por Hamilton Afonso de Oliveira com a colaboração da bolsista Karen da Cunha Alves para a realização de atividades do PIBID para o 1.os anos do Ensino Médio do Colégio Coronel Pedro Nunes.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Aroldo de. (org.) Brasil: a terra e o homem. Vol.II – A vida humana. Cia. Editora Nacional: São Paulo, 1970.
BARBOSA, José A. Triângulo da História. 3º ed. Revista e aumentada. Goiânia: Kelps, 2017.
FRANÇA, Maria de Sousa.  Povoamento no Sul de Goiás: estudo da dinâmica da ocupação espacial. Dissertação de Mestrado apresentado no Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Goiás em convênio com a Universidade de São Paulo: Goiânia, UFG, 1975.
LEITE MORAES, J.A. Apontamentos de viagem. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
OLIVEIRA, H. A. (2016). 1804 – A População de Goiás na Transição da Mineração para a Pecuária. História Revista21(1), 154-187. https://doi.org/10.5216/hr.v21i1.33600 - acessado em 04 de ago. de 2019.
______________ A construção da riqueza no sul de Goiás. Tese de doutorado. Universidade Júlio de Mesquita Filho (UNESP): Franca-SP, 2006. In. http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=98827 – acessado em 04 de ago. de 2019.
PETRONE, P. Povoamento e colonização. In. AZEVEDO, Aroldo de.(Org.) Brasil: a terra e o homem. Vol.II – A vida humana. Cia. Editora Nacional: São Paulo, 1970.
Relatório final do zoneamento ecológico e econômico da região de Meia Ponte. Estudos básicos. Vol I. Estado de Goiás Secretaria do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Habitação. Superintendência de Gestão e Proteção Ambiental. Metais De Goiás S/A – Metago: Goiânia, 1999. 


[1] SILVA, 2004 p.42
[2] A estrada do sul passou a ser a principal via de acesso de Goiás ao Triângulo, Uberabinha (Uberlândia), Uberaba e com o Província de São Paulo e Rio de Janeiro.  Uberaba, no Triângulo Mineiro, se tornou no último quartel do século XIX a principal ponte intermediária não só das relações comerciais, mas, também, de pas­sagem de novos fluxos migratórios que estavam à procura de abundantes campos, ainda devolutos, propícios para cria­ção de gado no sul e sudoeste goiano.



[1] AZEVEDO, Aroldo de.  Habitat. In. AZEVEDO, Aroldo de. (org.) Brasil: a terra e o homem. Vol.II – A vida humana. Cia. Editora Nacional: São Paulo, 1970. p.245.

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