A HISTÓRIA CONTADA ATRAVÉS DA PAISAGEM URBANA
Hamilton Afonso de
Oliveira1
Os tipos de construções
Casarão (ou sobrado) em estilo colonial em frente à Praça do Coreto
Foto: Provavelmente
do início do século XX.
Casarão resistindo ao tempo em frente à Praça do
Coreto.
Foto: H. A. OLIVEIRA, 2002.
Costruído nos fins da década de 1860, por décadas, o
velho sobrado do coronel Hermenegildo Lopes de Moraes esta construção sempre
tem se destacado pela sua singularidade.
No passado por várias décadas foi considerada a mais sofisticada construção da
pequena cidade de Morrinhos sendo referenciado por memorialistas e viajantes
que pela cidade viveu e passou pela sua
onipotencia em relação às demais construções do lugar. De passagem por
Morrinhos, em janeiro de 1881, Leite de Moraes, sobre o sobrado em que ficou
hospedado deixou a seguinte impressão se existia “vida, o trabalho, o
progresso, a felicidade, tudo se concentra apenas na casa onde estamos
hospedados” (MORAIS, 1995, p.85).
Apesar da cidade
já ter crescido bastante e contar muitos edifícios urbanos modernos,
sofisticados e até mais onipotentes, o
velho casarão não perdeu o seu aspecto singular, por ter resistido ao tempo e a
representar o estilo de construção colonial que reinou de forma absoluta no
Brasil e em Morrinhos até meados do
século XX eque vem desaparecendo rapidamente da paisagem
urbana da cidade.
Casarão que foi residência do coronel Pedro Nunes
Foto: provavelmente da década de 1990.
Logo abaixo fazendo divisa com o quintal do casarão do
coronel Hermenegildo ficava a residência do coronel Pedro Nunes (genro e sócio
em loja comercial do coronel Hermenegildo). O casarão , também tem resistido ao
tempo e chegou quase a ser demolido há
alguns anos, se não fosse a intervenção do poder público municipal. Hoje é um
edifício da Prefeitura Municipal de Morrinhos, sendo conhecida como a Casa Rosa.
Casa de pau-a-pique.
Foto: Provavelmente da década de
1940.
Enquanto que as casas
rurais dos proprietários eram erguidas sob uma estrutura de madeira,
assoalhadas, barreadas, caiadas e cobertas por telhas, as habitações de
escravos, lavradores (agregados) e pequenos proprietários eram mais simples era
pau-a-pique e barro, coberta de palhas
de palmeira ou capim e, raramente, coberta de telhas.
1
Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
(UNESP). Professor do curso de Licenciatura em História e dos Programas de
Pós-Graduação em Ambiente e Sociedade e história da Universidade Estadual de
Goiás (UEG/Câmpus Morrinhos). Membro da Academia Morrinhense de Letras (AML).
Atividade desenvolvida pelos bolsitas de História do Programa de Iniciação à
Docência no Colégio Coronel Pedro Nunes.
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