A partir do século XI, a Europa Ocidental passou por uma
série de mudanças importantes: uma delas foi o aumento da produção de alimentos
por causa da expansão das áreas agrícolas e da utilização de novas técnicas de
cultivo da terra.
Ao mesmo tempo, ocorreu também o crescimento do comércio
com o Oriente; mercadores circulavam pela Europa em suas caravanas, levando e
trazendo mercadorias de diferentes partes do mundo; os banqueiros trocavam
moedas; os donos de navios aumentavam sua frota. A burguesia (mercadores,
banqueiros e donos de navios) enriquecida buscava um prestígio social e
político correspondente à sua riqueza.
Essas mudanças todas que vinham acontecendo na Europa desde
o século XI criaram as condições materiais para o surgimento do Renascimento¹,
um movimento cultural intenso que começou no século XIV.
Vejamos alguns acontecimentos históricos que contribuíram
para o seu desenvolvimento. O Renascimento está situado num período de
transição entre a Idade Média e a Modernidade, o que corresponde
ao final do Feudalismo e início do Capitalismo. Naquele momento,
uma importante mudança no modo de perceber o mundo estava ocorrendo: passava-se
de um pensamento predominantemente teocêntrico - onde tudo se explica a partir
de uma origem divina - para uma visão de mundo antropocêntrica, onde o homem
assume papel central em relação ao universo. Tais pensamentos resultaram no
surgimento do Humanismo², um movimento intelectual que se dedicou a
valorizar a condição humana e suas múltiplas possibilidades de realizações e
descobertas em variados campos do saber, tais como a ciência, a literatura e as
artes.
Durante o Renascimento houve um grande desenvolvimento
naval, comercial e urbano, o que resultou em um significativo crescimento
econômico, que deu origem a uma nova classe social, a burguesia. Em virtude dessa ascensão social de uma parcela da
população, surgiu um modo diferente de relação entre a arte e a sociedade: o mecenato.
O mecenas foi uma figura de extrema importância nesse contexto, pois costumava
patrocinar os artistas e suas obras, auxiliando assim na expansão de múltiplos
talentos. Sem esse cenário econômico favorável, talvez o Renascimento não
encontrasse condições para se desenvolver.
A arte foi a área mais influenciada por ideais
renascentistas, começando pela arquitetura. O
Renascimento foi repleto de inovações técnicas no campo artístico. A observação
direta da realidade é um deles. Assim, os artistas costumavam desenhar
exaustivamente para melhor representarem em suas pinturas e esculturas aquilo
que estava diante deles. Outras invenções importantes foram a pintura de
cavalete, e o aprimoramento e uso popularizado da tinta a óleo, pois permitiram
tanto o deslocamento e comercialização das obras, quanto uma maior vivacidade
nas cores e efeitos mais realistas nas pinturas. Além disso, os artistas, antes
anônimos, passaram a ser valorizados pela sociedade. Com isso, teve início a
prática do autorretrato, que podemos comparar, em menores proporções, com as atuais selfies.
Mecenas: indivíduo rico que protege artistas, homens de letras ou de ciências, proporcionando recursos financeiros, ou que patrocina, de modo geral, um campo do saber ou das artes.
Burguesia: é uma classe social do regime capitalista, onde seus membros são os proprietários do capital, ou seja comerciantes, industriais, proprietários de terras, de imóveis, os possuidores de riquezas e dos meios de produção.
¹ Veja mais em: Renascimento. Links: https://www.infoescola.com/movimentos-culturais/renascimento/ - https://brasilescola.uol.com.br/historiag/renascimento.htm
² Veja mais em: Humanismo: conceito, resumo e características. Link: https://www.significados.com.br/humanismo/
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