SOCIEDADE ÁRABE.
"Antes da formação e consolidação da
sociedade Árabe, os povos da Arábia eram compostos por diversas tribos semitas.
A sociedade árabe só começou a se formar realmente depois do surgimento
da religião do Islamismo, que tem como mestre o profeta Maomé. A sociedade
árabe é bastante diversa e conta com diferentes culturas. Esse povo foi
responsável por importantes descobertas médicas e cientificas, e sempre
apresentou uma riqueza cultural, que se manifestou principalmente nas artes, na
literatura e na arquitetura.
A sociedade árabe é marcada pela
construção de grandes palácios e mesquitas. Essa civilização também é lembrada
pela grande habilidade comercial. O comércio na sociedade árabe era feito
através de caravanas. A religião predominante nessa sociedade é, sem dúvida, o
Islamismo, fundado por Maomé. Entretanto, a região também apresenta um
sincretismo religioso, com a convergência de judeus e cristãos.
O Islamismo é uma religião monoteísta,
que crê em apenas um deus, chamado de Alá. O livro sagrado é o Corão ou
Alcorão, que conduz os fiéis por meio dos princípios religiosos, políticos e
morais da sociedade.
A sociedade árabe acredita na Jihad, ou
guerra santa, contra os infiéis. Para eles, a luta pelos ensinamentos islâmicos
conduz ao paraíso. A base da sociedade árabe é a sua comunidade. A união dos
povos tem o objetivo de garantir a expansão territorial, o poder político e a
conversão dos povos ao Islã."

"A civilização árabe ou islâmica surgiu no Oriente Médio, numa península
desértica situada entre a Ásia e a África. É área de aproximadamente um milhão
de quilômetros quadrados, com centenas de milhares recobertos por um enorme
deserto, pontilhados por alguns oásis e por uma cadeia montanhosa, a oeste.
Somente uma estreita faixa no litoral sul da península possui terras
aproveitáveis para a agricultura.
Até o século VI, os árabes viviam em tribos, sem
que houvesse um Estado centralizado. No interior da península havia tribos
nômades de beduínos, que viviam basicamente do pastoreio e do comercio. Às
vezes entravam em luta pela posse de um oásis ou pela liderança de uma rota
comercial. Também era comum o ataque a caravanas que levavam artigos do Oriente
para serem comercializados no Mar mediterrâneo ou no Mar Vermelho.
Apesar de dispersos num grande território os
árabes edificaram algumas cidades, entre as quais as mais importantes
localizavam-se a oeste, na parte montanhosa da Península Arábica. Eram elas:
latribe, Taife e Meca, todas na confluência das rotas das caravanas que
atingiram o Mar Vermelho. A cidade de Meca era, sem dúvida, a mais destacada,
pois, como centro religioso de todos os árabes, ali se reuniam milhares de
crentes, o que tornava seu comércio ainda mais intenso.
Embora fossem politeístas e adorassem diversas
divindades, os ídolos de todas as tribos estavam reunidos num templo, chamado
Caaba, situado no centro de Meca. A construção, que existe até hoje,
assemelha-se a um cubo e, assim como a administração da cidade, ficava sob os
cuidados da tribo dos coraixitas.
Maomé, o
Profeta
Maomé, que iria causar enormes transformações em
seu povo e no mundo, nasceu por volta de 570, na poderosa tribo dos coraixitas.
Tendo sido por muito tempo guia de caravanas,
Maomé percorreu o Egito, a Palestina e a Pérsia, conhecendo novas religiões,
como o judaísmo e o cristianismo. A grande transformação de sua vida teve lugar
quando, já bem estabelecido economicamente, divulgou que tivera uma visão do
anjo Gabriel - entidade da religião cristã - em que este lhe revelara a
existência de um deus único. A palavra deus, em árabe, se diz Alá.
Começou então a pregar o islamismo, ou seja, a
submissão total a Alá, com a consequente eliminação de todos os outros ídolos.
Os crentes na nova religião eram chamados muçulmanos ou maometanos.
A revelação feita a Maomé e todas as suas
pregações estão reunidas no Corão, o livro sagrado dos muçulmanos e primeiro
texto escrito em árabe. Além da submissão total a Alá, o Corão registra as
seguintes regras fundamentais para os muçulmanos: orar cinco vezes por dia com
o rosto voltado para Meca; jejuar regularmente; dar esmolas; peregrinar ao
menos uma vez na vida para Meca. Com os ensinamentos de Maomé se instalaram
também outras regras de comportamento individual e social, como a proibição de
consumir carne de porco, de praticar jogos de azar e de reproduzir a figura
humana, além da defesa da autoridade do pai na família e da permissão da
poligamia masculina.
Os habitantes de Meca, temerosos de perder o
comércio as caravanas de fiéis que se dirigiam à Caaba, passaram a perseguir
Maomé, e a maioria da população árabe da cidade não aderiu ao seu monoteísmo.
Maomé foi obrigado, então, a fugir para latribe, que passou a chamar-se Medina,
nome que significa a "cidade do profeta". Essa fuga, que ocorreu em
622, é chamada de héregia e indica o início do calendário muçulmano, tendo,
para esse povo, o mesmo significado que o nascimento de Cristo tem para os
cristãos.
Gradualmente, o número de crentes em Alá foi aumentando e,
apoiado nessa força, Maomé começou a pregar a Guerra Santa, ou seja, a expansão
do islamismo, através da força, a todos os povos "infiéis". O grande
estímulo era dado pela crença de que os guerreiros de Alá seriam recompensados
com o paraíso, caso perecessem em luta, ou com a partilha do saque das cidades
conquistadas, caso sobrevivessem. A Guerra Santa serviu para unificar as tribos
árabes e tornou-se um dos principais fatores e permitir a expansão posterior do
islamismo.
A Expansão
Muçulmana
Após a morte, Maomé foi substituído pelos califas - os
"sucessores do profeta" - que eram chefes religiosos e políticos. Com
os califas iniciou-se a expansão da civilização muçulmana, motivada
principalmente pela necessidade de terra férteis que o aumento populacional da
Península Arábica após a unificação das tribos exigia.
Os guerreiros islâmicos, impulsionados pela
crença no paraíso após a morte e pelas recompensas terrenas, avançaram
rapidamente, aproveitando-se da fraqueza de seus vizinhos persas e bizantinos.
Caracterizando-se, em geral, pelo respeito aos costumes dos povos vencidos, os
muçulmanos dominaram toda a Península Arábica. Expandindo-se para leste,
alcançaram a Índia e, estendendo-se em direção ao Mar Mediterrâneo,
conquistaram o norte da África e parte da Península Ibérica.
Apesar do avanço muçulmano na Europa ter sido
freado na Batalha de Poitiers, em 732, pelo franco Carlos Martel, os árabes
ainda conseguiram conquistar as ilhas Baleares, a Sicília, a Córsega e a
Sardenha. A extensão dos domínios muçulmanos pelo Mediterrâneo prejudicou o
comércio da Europa Ocidental com o Oriente. Este foi um dos fatores que
contribuíram para o isolamento dos reinos bárbaros cristãos que voltaram mais
ainda para uma economia agrícola e rural, o que contribuiu para a formação do
feudalismo.
A tolerância dos muçulmanos para com os povos
conquistados permitiu-lhes atingir grande progresso econômico e cultural, pois,
utilizando elementos próprios e de outras culturas, desenvolveram conhecimentos
e técnicas valiosas até hoje. Foi o caso do uso da bússola e da fabricação do
papel e da pólvora, aprendidos com os chineses e introduzidos no Ocidente. Em
virtude da enorme extensão de seu império, os árabes difundiram o cultivo de
produtos agrícolas, como a cana-de-açúcar, o algodão, o arroz, a laranja e o
limão. No campo das ciências desenvolveram a Matemática, com muitas
contribuições à Álgebra, Geometria, Trigonometria e Astronomia. Os algarismos
que usamos atualmente são uma herança indiana transformada e transmitida aos
ocidentais pelos árabes, daí serem chamados arábicos. Até mesmo a palavra
algarismo deriva da língua árabe. A Medicina que desenvolveram baseou-se nos
conhecimentos dos gregos.
Séculos mais tarde, os turcos, originários da
Ásia Central e seguidores do islamismo, conquistaram grande parte dos domínios
muçulmanos. Eles formaram no século XIV o Império Turco, que englobou esses
domínios e acabou, depois de várias tentativas, conquistando o Império
Bizantino, com a tomada de Constantinopla
em 1453."
Ambos os textos podem ser encontrados nos seguintes fóruns digitais para pesquisa do trabalho:
https://www.historiadomundo.com.br/arabe/arabes.htm